há coisas inexplicáveis e explicações que queimam a língua com o seu sopro de verdade. sei que sou e sinto, mas por vezes a pele mente e os sentidos enganam. vejo através de um periscópio que demorei anos a construir. agora que está pronto descubro que não pensei como fazer para limpar a lente quando as partículas de sal se tornarem em parede sedimentada, em pálpebra inorgânica. como os ruídos que ouvimos mesmo só de olhar para uma fotografia e que se acumulam em nós, nas dobras dos sonhos.