prioridade nas rotundas

ainda vou ver o teu perfil de vez em quando, sim
para nada
e ainda sei o teu número de cor
para nada
mas já não me rejo pelas tuas horas
e muito menos pelas tuas desoras
um dia
há-de regressar a cor às minhas unhas
que trago, por estes dias, maltratadas
de tanto esgravatar para sair de dentro de mim
hei-de pintá-las de vermelho desejo
de sentir o rosto
de sentir no rosto
de sentir
e de os
tentar um sorriso menos amarelo
lá para junho, talvez
no tempo das cerejas
no tempo das cervejas
no tempo quente
no mês em que fui mãe
pela primeira vez