recebi um embrulho suspeito. papel manteiga e uma guita a segurar as pontas. recebi-o num movimento velado por olhares cúmplices. guardei-o na mala e trouxe-o para casa, protegido por cadernos, canetas, catálogos, óculos, moedas, multas e chaves. lá dentro está um livro. sempre que termino de ler mais uma página, volto a refazer o embrulho. nunca se sabe.