ensaio geral
ontem vi-te em grande, numa sala às escuras. não estavas na luz, nem na sombra, na voz ou no silêncio. eras a soma de muitas partículas de pó e de pele, partículas de gestos invisíveis a olho nu. porque os gestos visíveis somados se podem projectar às escuras, fui lá ontem, na esperança de também te encontrar. trago-te no bolso como um amuleto. uma espécie de combustível. um daqueles cristais que fechamos na mão quando os pés se desprendem do chão. não que acredite nessas coisas.


imagem: "o bosque". último ensaio [fev. 2006]