uma mulher de verde lava as portadas verdes
só a vejo quando passa pela parede
e enquanto lava
vejo um braço que acena
para dentro
da grande casa vazia
um pássaro pousa no cimo de um pinheiro
como uma estrela
simples enfeite
e hoje as nuvens resumem-se a riscos no céu
linhas brancas horizontais
pauta celeste por preencher
uma parte em diagonal da árvore-antena
como um tufão congelado no seu propósito
um sino dobra ave-marias gravadas
e a brisa desdobra-se em sopros estéreis
para empurrar um moinho de papel