o dia está amarelo
o ar comprime emplastros contra a pele húmida
benevolente
a casa recebe-me com uma janela de luz
entro e não fecho a porta
num quarto uma criança dorme
noutro quarto um homem morre
ambos os sopros se confundem
num diálogo inaudível
o sopro da existência que desiste
o sopro da inocência que resiste
(8 de julho de 2010)